Foi um pouco constrangedor. Claro, existem abismais diferenças entre o rádio e televisão- hoje, ao vivo, não podíamos fazer ou receber aqueles acalentadores gestinhos de combinação de última hora.
O programa, que teve a duração de 20 minutos, foi dividido em duas partes: o primeiro bloco tinha uma entrevista com o convidado e o segundo, um debate sobre o assunto escolhido. O nosso entrevistado foi José Maria Nunes, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do RS (UAU!).
O debate foi interessante e muito atual: a decisão do STF da não obrigatoriedade do diploma de jornalista. Existem argumentos coerentes dos dois lados, claro. Um bom argumento que defende a lei é: os jornais com credibilidade não vão deixar de contratar um jornalista com uma boa formação para dar o emprego a uma pessoa sem os conhecimentos necessários (que vão desde a técnica até à ética no trabalho). Tem coisas que se aprende na vida, mas é óbvio que a faculdade é necesária para complementar e acrescentar mais conhecimento. Muitos excelentes jornalistas que vemos por aí nunca frequentaram uma aula de Comunicação Social, enquanto muitos outros, que são jornalistas por formação, fazem fiasco por aí.
Um dos infelizes argumentos do ministro relator do processo, Gilmar Mendes, para acabar com a obrigatoriedade do diploma foi que o jornalismo, diferentemente da advocacia e da medicina, não coloca em risco a vida de ninguém. OK. E o que seria da vida de todas as pessoas do mundo se não houvesse comunicação? Não pode ser considerado deixar em risco a vida de alguém não informar que um certo tipo de avião está com problemas e pode cair, ou que existe uma guerra em tal país e é arriscado ir para lá?
Como disse sabiamente o professor Fabian, agora, mais do que nunca, não estamos na faculdade atrás de um diploma, mas sim em busca de uma ótima formação- não apenas para ser um bom profissional, mas também para a vida.
Bárbara Kreutz Pustai